Durante a sua estada na Alemanha, Chester deu a seguinte entrevista para a estação local N-Joy.
P: Ao longo dos anos o Linkin Park tornou-se musicalmente mais suave e mais mainstream. Outras bandas tomam esse caminho quando elas têm problemas para vender discos. O Linkin Park não tem esse problema então o que fez vocês se tornarem mais suaves? C.B: Nós só queríamos romper alguns conceitos antigos. Durante anos vocês tiveram essa visão de nós e de nossa música. E foi exatamente porque as pessoas esperavam ouvir aquele mesmo som de nós, que queríamos surpreendê-las com outra coisa. Como um músico, eu quero ser livre e não ter que se prender a certas fórmulas para ser apreciado. Claro, quando começamos a fazer música não havia uma ligação entre metal e hip hop por aí, como em canções como Pushing Me Away ou One Step Closer. Fomos bem sucedidos, mas não queríamos repetir apenas porque isso que funciona. P: Mas com a continuação da carreira, vocês se apegaram a canções envolvendo eventos políticos e sociais. Seja o furacão Katrina, a guerra no Iraque ou terremoto no Haiti – vocês falaram disso através de canções. É parte do trabalho de uma estrela de rock agir politicamente em certos momentos? |
“Sempre Pense Grande” – Entrevista com Chester Bennington
Em 18 de junho o Linkin Park se apresentará no Festwiese em Leipzig. Em uma entrevista para o LVZ, o vocalista Chester Bennington explica porque ele acha curioso o fato de que os pais conservadores não têm nada contra sua música e porque é difícil para ele se ver como uma estrela de rock.
Pergunta: O Linkin Park tornou-se famoso mais de uma década atrás, com uma mistura musical de metal e hip hop. Vocês foram chamados de “estrelas do rock moderno”. O que é que hoje em dia uma estrela do rock moderno tem que ter? E você ainda se descreve como uma?
C.B: Eu descreveria nossa música como contemporânea, pelo menos. E, quanto a vida de estrela do rock: em geral, você é um astro do rock se várias pessoas acham que o que você está fazendo é bem legal. Entretanto, todo mundo tem a chance de se tornar uma estrela do rock de um dia para outro, se você tem uma música, pode facilmente disponibilizar na internet e se apresentar à uma grande audiência. Tudo que você precisa é de uma idéia e uma guitarra – e, provavelmente, você vai ser o próximo Justin Bieber! Com tudo isso o que você nunca deve esquecer é a auto-crítica. Ninguém é bom o bastante para parar de trabalhar em si mesmo, mudar e melhorar.
P: Estrelas do rock vivem da sua imagem. A Rolling Stone americana escreveu isso sobre os primeiros anos de vocês como banda: “Linkin Park, o tipo de banda de metal que você pode mostrar para sua mãe”. Isso porque vocês não xingaram no seu álbum. Naquela época vocês queriam poder parecer mais durões do que aparentavam?
C.B: Não xingar nas nossas músicas não foi uma decisão intencional. E era um pouco estranho os pais conservadores não terem nada contra os filhos ouvir a nossa música, mesmo em casa. Mesmo que não usássemos muitos palavrões, nós cantávamos sobre coisas bem sombrias. Pelo menos, quando os pais iam com seus filhos para um show do Linkin Pak, eles percebiam e pensavam sobre isso mais tarde: “Talvez a gente não deva apoiar isso!”.
P: A ‘dureza’ da sua banda foi subestimada?
C.B: Sim, afinal a ‘dureza’ não é criada pelo uso constante de palavrões. Por exemplo, Crawling é uma canção muito ‘dura’. É sobre vício e uma parte de sua personalidade que você não pode controlar. Pode se considerar ‘duro’ se uma música como essa se tornou a música favorita de incontáveis adolescentes.
P: Ao longo dos anos o Linkin Park tornou-se musicalmente mais suave e mais mainstream. Outras bandas tomam esse caminho quando elas têm problemas para vender discos. O Linkin Park não tem esse problema, então o que fez vocês se tornarem mais suaves?
C.B: Nós só queríamos romper alguns conceitos antigos. Durante anos vocês tiveram essa visão de nós e de nossa música. E foi exatamente porque as pessoas esperavam ouvir aquele mesmo som de nós, que queríamos surpreendê-las com outra coisa. Como um músico, eu quero ser livre e não ter que me prender a certas fórmulas para ser apreciado. Claro, quando começamos a fazer música não havia uma ligação entre metal e hip hop por aí, como em canções como Pushing Me Away ou One Step Closer. Fomos bem sucedidos, mas não queríamos repetir apenas porque isso funciona.
P: Mas com a continuação da carreira, vocês se apegaram a canções envolvendo eventos políticos e sociais. Seja o furacão Katrina, a guerra no Iraque ou terremoto no Haiti – vocês falaram disso através de canções. É parte do trabalho de uma estrela de rock agir politicamente em certos momentos?
C.B: Se há algo que nos inspira muito, isso influencia nossa música, como a guerra no Iraque por exemplo. Eu pessoalmente acho que guerra é desnecessário e não fazia nenhum sentido matar pessoas. Naquela época, a decisão de outra guerra me deixou muito irritado e eu tive que escrever uma música sobre isso.
P: Você foram sortudos por conseguir espalhar sua mensagem, já no início, para uma audiência maciça. Na Europa vocês tocaram em grandes locais desde o início. Isso aconteceu muito rápido – ou vocês têm aquela típica definição americana, ‘maior é melhor’?
C.B: Se você cresce em uma sociedade capitalista onde há o conceito de ‘maior é melhor’,você meio que desenvolve esse ponto de vista rapidamente. Conosco foi assim, em apenas dois anos nós passamos dos shows nos quintais de amigos para as maiores arenas do mundo. Sem contar que vendemos centenas de milhares de cds por mês. Até hoje eu nunca me acostumei com aquelas circunstâncias, é por isso que eu tenho dificuldade de me chamar de estrela do rock. Enquanto banda, nós sempre pensamos grande, mas por causa do desenvolvimento extremo, nunca soubemos o que ‘grande’ significa. O que sabemos é que temos que ganhar o nosso público de novo e de novo. Temos que provar isso a nós mesmos em todos os álbuns e não podemos apenas esperar que alguém que assistiu o nosso show uma vez, queira nos ver novamente.
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