quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Brad Delson do Linkin Park Fala Sobre a Sonoridade do ‘LIVING THINGS’

Agradecemos Mike Shinoda Clan Pelas informações

Brad Delson do Linkin Park sentou com Music Radar e falou não só sobre o processo de produção do LIVING THINGS, o sentimento e a inspiração, mas também da transição pela qual o Linkin Park passou, ele também menciona Hybrid Theory, Meteora, Minutes to Midnight e A Thousand Suns. Ele falou sobre as guitarras usadas no novo album e os sons que soam como guitarras mas que não foram tocados fisicamente, depois ele fala sobre algumas música do LIVING THINGS e fala também sobre seus vocais em UNTIL IT BREAKS, no final desta entrevista, o Music Radar lista as guitarras usadas no novo álbum. Essa entrevista é bem detalhada sobre o LIVING THINGS e uma ótima leitura para aqueles interessados nas partes de guitarra do LIVING THINGS. Confira abaixo:

 

O álbum é bem curto. Como as pessoas estão dizendo, ele é “totalmente bom, sem porcarias.” [Delson ri] Era isso o que vocês tinham em mente?
“Sim, na verdade, eu voltei um pouco no tempo e dei uma olhada no Hybrid Theory e no Meteora porque eu lembrava que esses álbuns eram diretos. Eu lembrava que eles eram sucintos, mas eu não lembrava como tudo se formava. Fiquei surpreso ao perceber o quão curto eles eram. Eu acho que os álbuns são de 35 e 36 minutos de duração. Estávamos olhando o trabalho que tínhamos feito e algumas sequências brutas estavam de alguma forma nesse âmbito, a meu ver. Eu pensei ‘Oh, talvez este seja um bom sinal’.”


Devido ao fato das bandas conseguirem colocar tanta informação em um CD, você acha que elas às vezes exageram?
“Sim, com certeza. Assim, depende do tipo de álbum em questão. Em relação ao nosso ultimo álbum, A Thousand Suns, que é mais experimental e psicodélico, parte do espírito daquele álbum foi de expansão. Nós chamamos algumas daquelas músicas de ‘jornadas’ – porque nelas existe, tipo, três conjuntos. Isso foi feito para um álbum mais longo, então havia um objetivo por trás disso.”


“Agora as coisas estão mais digitais, então eu acho que você pode ter quantas faixas quiser. Você sente o espírito de ‘mais é mais’, e eu não acho que esse seja o caso. Eu consigo ouvir meus álbuns favoritos do começo ao fim. Alguns dos melhores acabam antes mesmo que você perceba, e aí você apenas escuta novamente.”


Com o Living Things, tem sido dito que a banda se sentiu mais confortável em visitar seu passado, abraçando o som do começo. O que levou a isso?
“É verdade que começamos a trabalhar no nosso terceiro album, Minutes To Midnight, antes mesmo de sabermos que ele se chamaria assim. Nós queríamos sair daquele som primário ou daquele modo como o associavam à banda, porque parte da própria identidade da banda é ser capaz de tocar em locais diferentes e combinar gêneros diferentes. Isso nem sempre significa que você está combinando sempre os mesmos três ingredientes; isso significa que você pode usar os ingredientes que quiser, contanto que se sinta confortável. No Minutes To Midnight, nós usamos ingredientes diferentes.


“Naquele álbum e no A Thousand Suns, which nós estávamos forçando ao máximo aquilo que podíamos fazer emu ma música – sabe, uma música não precisava ter 2:30 ou 3 minutos de duração; as estruturas poderiam ser diferentes; os interlúdios tinham um papel mais importante – com este álbum nós descobrimos que não precisávamos nos afastar de nada. Na verdade foi mais tipo, ‘Certo, legal, queremos continuar com ideias e sons progressivos’. E ao mesmo tempo, as coisas que soavam como coisas dos dois primeiros álbuns não estavam mais nos deprimindo. Foi como, ‘Ah, sim, essas coisas passam uma boa sensação novamente. ’”


As guitarras estão bem mais pesadas no novo álbum.
“Verdade, o álbum traz um trabalho de guitarra maior. Parte da energia mais pesada das guitarras tem um papel eminente. Eu acho que algumas pessoas ficaram animadas quando citamos o Hybrid Theory e o Meteora – mas não é como se estivéssemos usando músicas daqueles álbuns; é como se fosse a versão 2012 do que quer que aquelas coisas tenham significado para nós quando estávamos começando”.


Como você elabora aquilo que você sente que é perfeito para o Linkin Park em relação ao som da guitarra?
“Eu acho que, neste álbum, foi através de algo que nós fizemos em New Divide – que é um som pesado, uma música de alta energia, e você não sabe definir qual o som do teclado e qual o som da guitarra. Essa coisa de aparência versus realidade é interessamente para mime m um âmbito sonoro, onde o que você acha que é uma coisa, na verdade é algo totalmente diferente. Tipo, ‘eu não sei o que eu estou ouvindo.’”


“Seja Mike, ou seja, eu quem está tocando uma parte na guitarra, sempre tentamos fazer o que for melhor para a música. Muitas vezes existem aqueles momentos entre uma guitarra de verdade e um som que fizemos manualmente, seja ele um sampler ou um som eletrônico. Se você ouvir Victimized, você sente aquele [Eletro-Harmônico] oitavo e oscilante som.


“Também existem sons de samples de guitarra que foram feitos em máquinas que não estavam sendo tocadas fisicamente, mas você não sabe quais são. Até mesmo quando eu estava na mixagem com Manny [Marroquin], eu não tinha certeza das coisas – ‘Ah, talvez isso seja uma distorção do baixo’ ou ‘talvez isso aqui seja um sample de guitarra.’”


Vocês estão usando mais softwares de amplificadores, ou vocês tendem a ficar mais com os amplificadores tradicionais?
“Eu acho que estamos usando muitos amplificadores físicos e nós vamos meio que variar nos tipos e misturá-los. Eu comentei antes antes sobre a natureza das músicas que estão sendo uma espécie de amálgama do passado – do passado mais distante, do passado recente e de um futuro presente também – a mesma coisa acontece com o equipamento.”


“Considerando que estávamos usando muito 
Strats e mais guitarras vintage na era do Minutes To Midnight, eu acho que nós apenas gostamos do equipamento que usamos ao longo do tmepo, e os melhores, eles meio que mantém seus lugares no barco da guitarra.”


“Então eu tenho minha PRS, minha Custom 24. Normalmente, não começamos com essa guitarra, porque sabemos que isso funcionaria; nós nos desafiamos a fazer algo inesperado. E se nós não conseguimos por em prática o que estamos imaginando, então nós saberemos que temos um tom confiante naquela guitarra, e sempre conseguiremos fazer a música soar muito bem. Provavelmente nós sempre iremos soar como o Linkin Park, de uma boa maneira.”


“Ao mesmo tempo, existem as vintages Gibsons e Fenders com as quais nós gostamos de brincar e misturar material. Às vezes usamos uma guitarra de verdade de uma forma que ela nem soa como tal. Para nós o tempo em estúdio se resume em criar sons artesanais que você não tenha ouvindo antes.” [No final do artigo você poderá encontrar uma lista completa com as guitarras e o equipamento que and Delson usou no Living Things.]


Que planos vocês tinham quando começaram a gravar esse novo álbum?
“Certo, você deveria saber algumas coisas sobre nosso processo de criação. Por exemplo, se você perguntar a Rick sobre o nosso processo em um nível amplo, ele enfatizará que nínguem faz música da maneira que fazemos. Literalmente, isso é uma coisa que ele apontou para nós, que o nosso processo é, de alguma forma, bem diferente. Eu acho que ele o descreve mais como um projeto de estúdio do que como uma banda que toca aleatoriamente.”


“Felizmente, devido aonde nós estamos nesse estágio da nossa carreira, nós fazemos toda nossa escrita e gravação simultaneamente. Então nós podemos na verdade usar um ótimo estúdio – nós fizemos este álbum na NRG, e usamos o estúdio A, e outras pessoas usariam o estúdio B. Ostensivamente, eles normalmente trabalham de uma forma mais tradicional, eles provavelmente escreveram músicas, fizeram demos com eles e agora eles vão ordená-los. E eles assumem que estamos fazendo a mesma coisa. No começo do nosso processo, nós estamos compondo ou apenas fazendo uns sons. As pessoas me olham e perguntam, ‘Ah, então vocês estão gravando o que estão fazendo?’ e eu respondo, ‘Não… não mesmo.’” [risos]


“Isso aconteceu com o Minutes To Midnight, quando tínhamos uma mentalidade do tipo: ‘O que escrevemos a príncipio não pode ser o produto final. Nós temos que aperfeiçoar isso refazendo tudo’. O Rick foi realmente útil em relação a isso de A/B. Eu acho que em The Little Things Give You Away, ele ouviu algo que Rob tinha demorado quatro dias fazendo, ele ouviu a parte A e a parte B e disse, ‘eu prefiro essa’, e a preferida dele foi a demo. Rob disse, ‘Ahhh, sério? Eu gastei quatro dias trabalhando nisso!’ Mas a audição de Rick disse que a mágica estava na peça original.


“Isso nos deu a confiança para apenas compor e criar músicas, e preservar os momentos de inspiração no álbum. Eu diria que em noventa por cento do tempo o que você está ouvindo no álbum é a centelha inicial de inspiração apresentada ao ouvinte”.


Não há uma maneira definida de compor as músicas, mas há algo próximo de um padrão no Linkin Park? Tipo, quem começa algo ou quem faz o que?
“Nosso processo acontece em etapas, porque qualquer um dos seis pode trazer material, e sempre ouviremos todos os materiais juntos em uma sala, uma vez por semana. physically in a room, once a week. Não existe uma maneira restrita de como as coisas têm que acontecer, assim, toda música tem uma jornada única.”


“Eu diria que Mike é quem traz a maior parte das ideias – ele é o mais seguro de si em termos de criação de sons. Ele produziu o álbum com Rick. E depois o processo se abre para que qualquer um possa trabalhar nas músicas e melhorá-las. Nós costumamos trabalhar individualmente ou em duplas nas sessões de Pro Tools, na maior parte do tempo, e sempre discutiremos tudo abertamente pelo menos uma vez por semana para nos certificarmos de que se houver duas versões de uma música ou uma versão ‘mais nova’, isso não significa que ela é a melhor – Rick nos conscientizou em relação à isso”.


Você canta uma parte em Until It Breaks. Muito legal!
“Ah, obrigado. Meus vocais naquela música estão lá por coincidência, quer dizer, isso não foi intencional. Essa é uma das músicas do álbum que não é tradicional, em termos de estrutura. Você pode dizer que ela meio que tem um conjunto diferente. Eu acho que a inspiração veio do… é no Abbey Road que podemos perceber movimentos diferentes?”


Sim, exatamente. Há um medley estendido na Parte 2.
“Certo, legal, então foi daí que veio nossa inspiração. Na verdade nós tínhamos várias ideias que, por alguma razão, não se acabaram sendo músicas completas. Mas nós amávamos a música envolvida. Então nós a construímos em volta de algumas das músicas com as quais tínhamos trabalhado mais cedo no processo e que queríamos que estivessem no álbum, queríamos achar uma maneira de juntar tudo isso.”


“A primeira parte que Chester canta, o primeiro refrão, aquilo era de uma demo que eu fiz em 1 dia – era apenas aquilo, mas era uma parte legal para aquela seção. Bem parecido com isso, o fim da seção foi uma coisa que eu fiz e que todos gostaram, e ao cantar não parecia que ela tinha o mesmo fôlego de algumas das músicas reais do álbum como Lost In The Echo, Burn It Down ou In My Remains. Mike teve a ideia de apenas colocar aquela parte no final dessa peça. Eu cantava originalmente nos vocais, e eu acho que eu refiz os vocais, mas o espírito era definitivamente de ‘manter a vibe da demo.’”


“Eu não me considero um cantor, de forma alguma, mas eu estou confortável, assim como todos os outros caras estão ao cantar as harmonias e os backing vocals em grupo, e nós também cantamos nas demos. O incomum é ter algo como parte central”.


A música Roads Untraveled traz uma pequena vibe do folk.
“Uma das principais inspirações musicais no começo do processo foi a influência do folk. Nós conseguimos a compilação Anthology Of American Folk Music, e ouvimos boa parte dela.”


Skin To Bone também passa essa sensação.
“Skin To Bone e também Castle Of Glass. Eu ouvi muitas dessas músicas antigas de folk pela estrutura das mesmas, e eu percebi que a parte A é a principal e a B é como uma ponte ou um afastamento e aí você volta para a A; enquanto que nas músicas das rádios, sejam de pop, hip-hop ou rock hoje em dia, é como se o verso estivesse sempre servindo o refrão – a segunda parte é o gancho. As canções que você identificou são estruturalmente e intrinsecamente mais de uma forma folk.”


“Nós amamos o resultado. Boa parte disso traz uma grande tonalidade, tonalidade essa construída em volta de uma raiz principal, mas quando você consegue fazer uma progressão importante e ainda deixar a música meio triste ou melancólica, eu amo como isso soa.”


“Eu também deveria mencionar algo em relação às música inspiradas no folk, um dos nossos objetivos como Linkin Park era, ‘o que podemos fazer para tornar isso relevante?’ e Rick realmente nos desafiou: ‘bom, se a música tem um DNA folk DNA e você apenas a apresenta como uma música de folk, isso não está acrescentando nada à apresentação’. Então com Skin To Bone, por exemplo, nenhum daqueles sons são do folk, e o que torna isso interessante para mim é a justaposição do arranjo verso a indentidade da música. Eu acho que é isso que torna a música única”.

 


Fonte: mikeshinodaclan.com

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