sábado, 31 de março de 2012

Film School Rejects Entrevista Mike Shinoda , Joe e Gareth sobre “The Raid: Redemption”

O foco por enquanto está nas notícias do Linkin Park, mas não custa nada ler mais entrevistas sobre o trabalho de Mike em The Raid: Redemption, certo? Então, para os interessados, temos aqui uma entrevista do Film School Rejects com Mike Shinoda, Joseph Trapanese e Gareth Evans, onde eles falam sobre o score do filme, a reação das pessoas e Mike também fala sobre exibições particulares do filme (a exibição para os membros do LPU) e o que eles querem apresentar, as sequências de lutas preferidas dele em filmes e planos para o futuro. Confira a entrevista completa AQUI ou os trechos do Mike abaixo:


Mike, antes de tudo, eu sou um grande fã do Linkin Park e eu também gosto muito do trabalho que você fez no Fort Minor. E Joe, eu sei que você trabalhou com Daft Punk, outra banda que eu realmente amo. Eu realmente me aprofundei na trilha que vocês fizeram mas não tive a chance de ouvir a original. Então, será que vocês poderiam me explicar como a abordagem de vocês se diferencia do score que estava lá inicialmente e o porque das mudanças?


Mike Shinoda: Nós realmente não sabemos muito sobre o score original. Um dos momentos em que conseguimos achar a direção e saber até onde ir com isso, foi nas sessões de ‘marcação de território’ no começo do relacionamento com esse filme e isso quer dizer que o que fizemos não está relacionado de maneira alguma com o que foi feito anteriormente. Então, foi basicamente tomar decisões baseadas no que estava acontecendo, na tela. Enquanto editávamos tudo, o filme foi terminado. Então estávamos trabalhando dentro dos limites que já existiam.


Joe Trapanese:Quando eu vejo um filme no qual eu vou trabalhar no score, eu tento vê-lo de um modo hiper-sensível, porque eu quero retirar as ideias mais simples do filme, ideias que qualquer pessoa pode apreender. Eu quero fazer isso, mas eu também analiso momento por momento, tipo, o que exatamente o diretor está fazendo para atingir determinadas emoções. Onde a câmera está? Quais ângulos estão sendo usados? Ela está sendo segurada ou está em um suporte? Eu tento ter uma hiper sintonia com o trabalho do diretor e depois eu meio que me afasto e tento aplicar isso tudo na abordagem da minha composição.


Existe um estilo bem distinto de música no filme e obviamente cada um de vocês trouxeram estilos de suas próprias formações. Quão importante isso foi para vocês colocarem o score sem tirar a atenção do que estava acontecendo na tela? Eu sinto que existem trilhas sonoras muito boas por aí que, apesar de serem boas, elas meio que afastam o foco do que está acontecendo na tela.


Mike: Antes de tudo, eles vieram até mim com essa oferta de fazer o score de um filme, e eles citaram alguns exemplos do meu trabalho, eles citaram o Fort Minor, como você mencionou, e outros remixes que eu tinha feito. E isso tudo eram coisas que eu tinha feito por diversão. Então, junte a isso o fato de que eu já tinha um interesse em fazer scores por um longo tempo. Eu estava muito ocupado com a banda e eu meio que não sabia como as coisas iam se ajustar. Eu busquei um jeito de fazer isso funcionar porque, assim que eu comecei a ver as coisas desse filme, eu logo pensei que essa era uma oportunidade que eu não poderia perder. Foi aí que eu comecei a procurar um parceiiro para trabalhar nesse filme, pensei em trazer alguém. Eu acho que uma das coisas que talvez tenham feito a diferença foi o fato de que, geralmente, quando eu sou abordado, as pessoas falam: “Nós queremos o Linkin Park…” Sabe. “Nós queremos que você venha participar e faça algumas coisas do tipo Linkin Park e nós queremos colocar seu nome em destaque no poster”. Mas o que eles querem na verdade, é que outra pessoa cuide do score do filme.


Para mim, isso não é atraente, simplesmente porque em primeiro lugar, os fãs iriam ver o filme, fossem eles fãs do Linkin Park ou fãs do Fort Minor, eles iriam ver o filme esperando ouvir algo em particular e aí eles escutariam um score genérico com alguém tentando fazer o que eu faço, e depois eu fazendo isso soar mais auténtico. Isso é uma droga. Seria uma experiência horrível para todos e eu nunca iria fazer alguém passar por isso. Então estando no comando, participando realmente, eu disse: “É isso que eu quero fazer”. Assim que eu falei com Joe, eu soube que ele também via o que eu via em relação ao filme. Nós vimos isso naturalmente, não foi preciso que alguém nos ensinasse. Joe apenas entende. O trabalho que ele fez em Tron é excelente. Tipo, eu amo aquele score.

Eu tenho uma pergunta para todos vocês. Vocês notaram alguma reação específica diferente em relação ao filme aqui em Austin, diferente dos outros lugares? Eu sei que Toronto é outra cidade que realmente gosta desse gênero de filme. Eu tenho ouvido pessoas que vão ao Sundance e que também vêm aos festivais de filme em Austin comentarem sobre a diferença nas platéias. Qual a reação de vocês para a reação ocorrida aqui em Austin?


Mike: A primeira vez que eu vi o filme com uma platéia presente foi em Park City. Então a reação lá foi assombrosa e foi realmente grande. Eu acho que o teatro é uma daquelas situações que te lembram um ginásio de ensino médio. Então esse não é meu lugar preferido para assistir um filme. Foi um local improvisado. Especialmente por ter feito a música, eu senti falta de um sistema de som apropriado, seria tão diferente do que foi o Sundance. Mas ainda assim foi realmente grande. Foi realmente animador. A partir daí nós temos visto o filme de outras maneiras — uma sala menor que aquela e, ontem, o que foi… tipo, uma experiência de muita qualidade para mim. Eu acho que ontem tudo foi muito elétrico. As pessoas da noite passada eram realmente barulhentas. Eu amo assistir esse tipo de filme onde a platéia aplaude, geme de raiva, torce por alguém e se torna parte da experiência.


Joe: O que eu achei incrível sobre a noite passada, uma das minhas partes preferidas do filme é a cena onde um dos vilões more. Todas as platéias de todas as exibições que eu participei já estão praticamente de pé, gritando e aplaudindo nesse momento. Mas o que realmente foi legal na noite de ontem em Austin, é que quando essa luta está para começar, é como se eles estivessem tomando posições lentamente, e foi aí que a platéia começou a aplaudir. Eles sabiam que a luta estava para acontecer e eles estavam esperando o filme inteiro por isso e eles realmente estavam presos no filme. Então essa foi uma diferença super legal na exibição da noite passada.


Pelo que eu estou ouvindo da noite passada, a reação das pessoas foi parecida com o que seria a reação a um filme de terror. As pessoas estavam perdendo a cabeça nas grandes cenas de luta.


Joe: É meio interessante o que acontece. Porque o filme é tão simples e você sabe o que você está indo ver — haverá tons de violência, tons de arte marcial — e isso permite que você foque em outras coisas, como algumas das mortes realmente interessantes que o Gareth trouxe com seu cérebro realmente doente.


[De novo, Gareth se acaba de rir]


Joe: Mas isso te permite se deixar levar, o que eu acho que é a razão da audiência sentir que pode expressar sua emoção. As pessoas não ficam pensando “O que vai acontecer agora?” Não. Apenas abrem as mentes.


Existe uma assombrosa falta de recheio nesse filme.



Gareth: Também, o filme é uma daquelas coisas desenhadas para acontecer numa montanha russa, ele tem tipo uma atmosfera de carnaval de uma maneira. O filme seria uma droga se a platéia se comportasse. Você precisa de uma atmosfera comum para que a coisa comece a andar e se torne memorável.


Mike: Nós temos exibições marcadas para a imprensa e, na verdade, para o fã clube do Linkin Park. Eles nos deixaram exibir o filme apenas para nosso fã clube. Eu disse a eles que em ambos os casos eles tinham que ter certeza de que houvesse bar nos locais.


[Nós rimos da ironia, porque nós estávamos sentados em um bar]


Mike: Eu não estou brincando! Mesmo que as pessoas bebam ou não, pelo menos a vibe estaria lá e eles saberiam que estamos lá para nos divertir. Estamos lá para nos deixar levar. Não é um caso de ir ver um filme e ficar quieto. É para ser como ontem.


Você está tirando a pressão dizendo, “Aqui temos open bar. Preparem-se para este filme incrível”.


Mike: Exatamente.

Se vocês tivessem que pensar na melhor sequência de luta que vocês já viram em um filme, qual apareceria imediatamente na sua cabeça?


Joe: Nenhum de nós é tão versado quanto Gareth nesse material.


Mike: Eu diria que é… O Mestre Invencível ou…


Gareth: …ou O Mestre Invencível 2?


Mike: Eu não sei. Em qual dos dois ele está… eu acho que ele está no segundo andar…


Gareth: É uma cena de um restaurante. Com o bambu?


Mike: Sim, bambu!


Gareth: Esse é O Mestre Invencível 2.


Mike: Deus, esse é incrível.


Gareth: Sem ser de artes marciais, a melhor cena de luta para mim é: Rowdy Roddy Piper e Keith David em Eles vivem.


[Tive que cumprimentar Gareth por essa seleção]


Maravilhoso. Essa foi uma ótima escolha. Obedeça!


Gareth: “Coloque a merda dos óculos”.


“Coloque a merda dos óculos!” Então, Mike e Joe, a experiência de fazer o score neste filme tem inspirado vocês a quererem trabalhar mais com esse tipo de coisa e participar de algo do tipo de novo?


Mike: Hm, próximos planos para mim? O Linkin Park toma bastante meu tempo. Então no próximo projeto de score que eu participar, e sim, eu prentendo continuar fazendo isso, eu estarei dividido entre ele e as coisas do Linkin Park. Nós temos um novo album saindo no meio desse ano. Então talvez algum tempo depois disso eu comece a trabalhar em algo mais. Para mim, eu nunca sei o que está por vir, mas eu acho que terei interesse por algo mais emocional. Provavelmente sem ação para que não tenha que competir com esse filme. Em primeiro lugar, eu nem sei se poderia. Então sim, algo diferente, uma direção diferente, porque eu gusto de manter as coisas frescas.


Joe: O que me atraiu inicialmente para The Raid não foi somente a premissa simples, mas também como Gareth foi capaz de fazer uma coisa realmente legal, algo ousado, decisões interessantes. É um ótimo filme para assistir na escola de filmes, no sentido que tem muita coisa básica que ele faz de maneira correta. Mas aí, além disso, tem algum material realmente intteressante que outras pessoas escolheriam não usar, ou coisas que você não pode fazer necessariamente em certos orçamentos. Então isso é muito legal. Sou um grande fã de fazer parte de projetos que são ousados, que contém decisões criativas, mas ainda há um sentido corrente muito forte e um desenvolvimento forte de caráter. É tão legal poder tomar parte em um gênero que eu amo, como ação, e combinar isso com, “Oh, eu realmente me importo com esses personagens”, e “Oh, tem vários jeitos interessantes de morrer”. [risos] Então, tudo isso junto emu ma coisa só. Isso é incrível. Eu amo fazer isso.


Bom, obrigado mesmo, pessoal. Eu realmente aprecio vocês por reservarem um tempo para falar conosco. Mike, estamos esperando o novo álbum. Gareth, estamos esperando o que quer que você faça agora.


Gareth: Mais maneiras de matar pessoas com a armação da porta.


Sim, vamos trabalhar nisso. Se você precisar de ideias, me mande um e-mail e eu farei uma pesquisa intensiva no assunto.


Fonte: mikeshinodaclan

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