Bobby Hundreds do The Hundreds, amigo de Mike Shinoda, esteve em estúdio com o Linkin Park ontem e teve a chance de ouvir o novo álbum, embora o álbum ainda esteja em processo de produção, Bobby diz que o LIVING THINGS é “o melhor e mais abrangente trabalho da banda”. Leia a tradução do que ele postou em seu blog abaixo:
Você pode ser popular e mesmo assim ser legal? Essa é uma pergunta que somos forçados a nos fazer aqui no The Hundreds. Embora não estejamos nada perto de sermos uma marca popular, continuamos a crescer e florescer, e um dia estaremos de pé nessa encruzilhada. Então, você pode ser popular e ainda assim ser legal?
Resumindo, a resposta é Sim. Apesar de “Legal” ser um termo subjetivo, eu acho que a maioria das pessoas concordam que nomes familiares como Apple, Nike e Kanye West ainda são, no sentido mais geral, Legais.
Para mim é difícil conciliar isso com as filosofias nas quais eu baseei minha vida inteira, filosofias que dizem que Legal é um subproduto de exclusividade, raro e nada popular. Como algumas pessoas dizem em subculturas, para se tornar mais e mais popular, tem que se abandonar o chão. Permaneça centrado, permaneça pobre. Esse é o mantra.
Quando adolescente nos anos 90, no cenário punk do sul da Califórnia, usando Dickies e Converse, uma banda como o Linkin Park era o exemplo de tudo ao que eu era contrário. Essa banda não me representava, eles não mexiam com minha sensibilidade; ao meu ver, eles se banhavam em popularidade e nadavam seguindo a corrente. Assim que a banda entrou na lista “Furious 5 at 9″ na KROQ (as 5 melhores músicas do dia na rádio alternativa de L.A.), eles deixaram de ser meu inimigos. E uma banda como o Linkin Park, talvez a banda de rock mais popular da nossa geração, não conseguia sair da Furious 5 at 9 nem se pagasse.
Mike Shinoda lidou com isso. Como vocalista do Linkin Park, ele tem resistido aos depredadores, às paródias e à crítica assassina. Mas ao mesmo tempo, ele também tem sido agraciado com a dedicação de milhões de fãs leais ao redor do mundo, ele construiu uma carreira musical de enorme sucesso, tem mantido a longevidade e tem influencidado beneficamente várias bandas que seguiram-se a dele. Eu diria que isso é bem Legal. Muito Legal.
Enquanto eu sento aqui com Mike no próprio estúdio de gravação do novo álbum do Linkin Park, Living Things, não só meus ouvidos estão abertos à música, mas também os meus olhos. Eu vejo o intemperismo dos instrumentos que têm sangrado neste cd, as noites em claro estão gravadas nas teclas do piano e nas cordas da guitarra, eu vejo as folhas rabiscadas com letras por toda a estante. Enquanto falávamos sobre o álbum, eu passei a entender não apenas o que a banda dele tem feito, mas o que eles estão fazendo. Pergunte a qualquer pessoa com mais de 30 anos sobre o Linkin Park, eles o arremessarão no abismo do rap-rock. Mas pergunte a um adolescente quem é o Linkin Park e eles cantarão uma música diferente.
Literalmente. Eles cantarão uma música nova, desconhecida, talvez até irreconhecível. Porque enquanto o restante de seus colegas tendem a desbotar, o Linkin Park nunca parou de evoluir e fazer música nova. Sim, seu álbum de estréia de rap-rock, Hybrid Theory, lançado após 96, conseguiu prêmio de diamante, mas desde então eles lançaram mais 4 álbuns contrastantes, ultrapassando a fronteira artística, venderam mais de 50.000.000 cópias e conseguiram dois Grammys. Isso é Legal.
Living Things estréia em 26 de Junho. É de longe o melhor e mais abrangente trabalho da banda, surpreendentemente recupera aquilo pelo que é conhecido o LP, som pesado de rap-n-roll do passado. As duas primeiras faixas são como velhas amigas dos fãs e críticos do Linkin Park, reunidas novamente após a banda ter se desviado, pesquisado e experimentado a nova guarda. Meu álbum preferido do Linkin Park é o último deles, A Thousand Suns, porque podemos ouví-lo como se estívessemos lendo um livro. Foi intelectual e inebriante, foi uma história emocionante bem pesada.
Não entendam mal, Living Things não deixa isso de lado. Lá pela terceira música, você é arrastado por um território inexplorado. A música cresce em uma chocante intensidade, tem um sabor exótico, é tingida de todos os modos. O Linkin Park, você deve saber, teve seu nome original de Hybrid Theory (assim como seu primeiro álbum) porque seu objetivo era fundir e misturar as coisas que eles amavam — não apenas gêneros musicais, mas elementos artísticos, etnias, culturas. Este álbum traz de volta essa filosofia, tem uma abundância sonora: linhas pesadas de baixo, batidas que lembram o antigo dubstep e o vocal estridente de Chester Bennington acima das guitarras.
Living Things é um indicador preciso de onde o Linkin Park está neste momento de sua carreira. A maioria das, se não todas, bandas de rock não chegam a esse ponto, especialmente neste clima sonolento do rap choroso de Bon Iver. Além disso, essas várias personalidades e egos criativos continuam na estrada, tocando, compondo juntos, por mais de uma década e meia. Pense nisso, quantos artistas das rádios de meados dos anos 90 ainda estão por aí? Isso é Legal.
Eu segui Mike por uma certa distância até os estúdios onde está ocorrendo a produção do Living Things. O guitarrista principal, Brad Delson, está na parte de trás, nós falamos de trabalho, mas falamos mais sobre vida pessoal.
Depois eles me apresentaram à Manny, que é quem está mixando o álbum. Embora Manny, o Mixer, soe como um desenho animado infantil, o que esse cara faz não em nenhum sentido bricadeira de criança. Há duas décadas no ramo, ele ganhou suas faixas no início dos anos 90 com o rap do West Coast e tem o conto angustiante do “Behind the Music” como evidência. Ele finalizou agora o novo single do Bieber, “Boyfriend”, e está atualmente trabalhando duro no novo álbum de John Mayer. Ele dá o seu melhor explicando a ciência da mixagem para mim, mas tudo é como jargão alienígena. Estou sendo dominado pelo mar de faders e pelos téntaculos complicados de hardwired nos armários. Mas no fim do dia, eu vi o que é preciso fazer para criar esses álbuns. Eu quase posso imaginar o que o Linkin Park faz para assegurar a criação dos mesmos. Essa não é uma arte que você pode pagar para baixar, processar com um filtro, retweetar ou aprender através de um tutorial no youtube. Para fazer um álbum de impacto que expressa uma história e uma missão, que fala a legiões de seguidores… é preciso cérebro, é preciso coração e são precisos punhos.
E isso é realmente bastante Legal.
Fonte: Mikeshinodaclan
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